Justiça reconhece greve da Saúde em Parnaíba, mas Prefeitura insiste em adiar solução

A crise na saúde pública de Parnaíba ganha novos capítulos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Leandro Lopes, o Tribunal de Justiça do Piauí reconheceu a legalidade do movimento de greve dos profissionais da saúde do município. A categoria enfrenta há mais de 14 anos de defasagem salarial e, mesmo após inúmeras tentativas de diálogo com a gestão municipal, não obteve avanços.

Diante desse impasse, os trabalhadores haviam deliberado por iniciar a greve no último dia 23 de junho. No entanto, em pleno feriado de Corpus Christi, a Prefeitura de Parnaíba ingressou com pedido de liminar para suspender a paralisação. O Judiciário, contudo, não acatou o pedido da gestão, reafirmando a legitimidade da mobilização dos servidores.

Agora, o sindicato anunciou que vai realizar uma nova assembleia para definir a data de início da greve, deixando claro que os profissionais não estão dispostos a recuar diante da intransigência do poder público.

Defasagem histórica e descaso da gestão

A defasagem salarial de 14 anos não é um detalhe menor. Representa um acúmulo de perdas que impacta diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores e, consequentemente, o atendimento prestado à população. Enquanto médicos, enfermeiros, técnicos e demais servidores lutam para garantir seus direitos, a Prefeitura de Parnaíba parece adotar a postura de empurrar o problema com a barriga, sem apresentar soluções concretas.

A tentativa de barrar a greve através de uma liminar mostra mais uma vez que a atual gestão prefere apostar na judicialização em vez de sentar à mesa para negociar. O resultado é o prolongamento de uma crise que já compromete o funcionamento do sistema de saúde local.

O preço pago pela população

O impasse não afeta apenas os trabalhadores. O maior prejudicado é o cidadão parnaibano, que depende do atendimento público. Com profissionais desvalorizados, sobrecarregados e sem reconhecimento, a tendência é o aumento de filas, a queda na qualidade dos serviços e a insatisfação de quem procura o sistema de saúde.

É inaceitável que, em uma cidade do porte de Parnaíba, a saúde pública permaneça refém de disputas políticas e da falta de diálogo da gestão municipal. Enquanto o prefeito e sua equipe não assumirem a responsabilidade de tratar com seriedade os servidores, a população continuará arcando com as consequências desse abandono.