Possível candidatura de Moro assusta aliados de Lula
12 de fevereiro de 2021
O ex-juiz Sérgio Moro, também ex-ministro da Justiça, enfrenta um momento decisivo em sua vida pública. Ele colocou fora a carreira de magistrado, 22 anos de atuação brilhante, para abraçar o projeto político do atual presidente, Jair Bolsonaro, e logo se disse atraiçoado e decepcionado — e por isso saiu do governo, atirando. Muitos condenam seu gesto de fazer críticas ao sair.
Foi uma opção dele. Como opções foram aquelas que fez para sair da magistratura e tornar-se ministro. Mas o que ocorre agora é totalmente fora do ponto — ou da curva. Toda vez que aparece uma nova pesquisa de opinião dando vantagem ao ex-juiz na corrida presidencial de 2022 — ele tem tudo para ser vitorioso, pelo menos é o que dizem as pesquisas do momento — logo ressurgem aquelas histórias batidas e criminosas do The Intercept Brasil, um site criminoso de um elemento criminoso, que, ao que tudo indica, criou a troca de mensagens entre autoridades da Justiça Federal do Paraná e Ministério Público Federal. Moro é o único que conseguiria derrotar Bolsonaro num eventual segundo turno da disputa presidencial.
O grande objetivo de tudo isso, sabemos agora, sem qualquer dúvida, foi beneficiar Lula, tirando-o da cadeia, mesmo que isso não consiga, não a princípio, garantir a sua inocência. Os próximos passos, talvez. A divulgação das mensagens possivelmente falsas — nunca foram periciadas por determinação do ministro Gilmar Mendes, maior apologista do The Intercept Brasil — pretende, junto ao STF, garantir a anulação dos julgamentos em que Lula foi condenado. A depender da Segunda Turma, a coisa ganha corpo. E, como estamos no Brasil, terra de espertalhões e criminosos inocentes, tudo é possível. Inclusive que o bandido se torne vítima e seu julgador venha a ser o réu num futuro próximo.
No tocante a anulação dos julgamentos, isso acontecer inclusive nos próximos meses. O STF parece ter pressa em garantir que esse processo seja julgado logo. Tanto parece que os ministros garantiram ao ex-presidente o acesso ao conteúdo das mensagens, que, repito, podem ser falsas, vez que não foram periciadas. Nem seu criador pode ser investigado. Novamente vemos aí o dedo do ministro Gilmar Mendes. Outro objetivo surge no horizonte imediato. E agora não se trata apenas de livrar o caminho de um criminoso, no caso, Lula. Mas de impedir que Moro seja candidato a presidente nas eleições próximas. Eles temem que a população continue apostando em novas alternativas.
Por Toni Rodrigues

